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O 3-4-3 DESCRITO EM 30 SEGUNDOOS

A grande vantagem do 3-4-3 em organização ofensiva passa pela facilidade na ocupação e exploração de diferentes espaços no campo (largura, profundidade e presença no corredor central). 3 defesas centrais garantem segurança com bola e, teoricamente, superioridade ou igualdade frente aos avançados; dois alas dão largura constante independentemente onde a bola se encontra, e os 3 jogadores da frente ocupam quase sempre o espaço atrás dos médios adversários, variando movimentos de aproximação e de ataque à profundidade.

Como defender frente a um 3-4-3, by Pepa

Primeira forma: “Encaixar diretamente neles, como fez o Lask e o Sérgio Conceição agora na Taça da Liga. O Sporting teve dificuldades em ambos os jogos. Não digo que nunca o farei, mas até agora nunca alterei o sistema das minhas equipes. Atenção, estou a dizer sistema, não é a estratégia. 

Esta é a forma mais recente, e que vimos Porto e Benfica adotarem na final four da Taça da Liga. O objetivo é não estar em desvantagem em nenhuma zona do campo, encaixando na perfeição em cada momento do jogo, tornando a tarefa de quem tem bola mais difícil, obrigando a recuar jogadores para criar superioridade (estando mais longe do gol) ou a explorar mais vezes as costas da defesa (sendo uma ação bem mais improvável de sucesso que outras).

Segunda forma: “Subir muito o bloco, disparar os alas de fora para dentro e condicionar a entrada da bola para que ela não entre tão ‘limpa’. Mas isso também nos obriga a condicionar os médios. De outra forma a bola deles vai dentro para depois ía para fora. Ao fazer isso temos de ter a nossa linha defensiva muito subida, para que o nosso lateral possa cair no lateral deles e a distância não seja muito grande. Tudo isto tem um senão: a profundidade que fica à mercê de uma bola descoberta e de uma bola nas nossas costas. Temos de jogar com o goleiro subido e precisamos de laterais muito rápidos. Temos de pesar bem tudo, os prós e os contras”

Nem todas as equipes estão preparadas, nem treinadas, para assumir esta abordagem, mas a pressão de fora para dentro tem ganho destaque nos últimos anos, com exemplo maior do Liverpool de Klopp. Cortar linhas de passe diretas para os alas (os homens livres na pressão), ter os médios e o avançado bem coordenados no espaço central, e a linha defensiva juntamente com o guarda-redes preparados para recuar/avançar na possibilidade de uma bola longa:

Terceira forma: “Abdicamos de pressionar os centrais deles, esperamos por eles até uma determinada zona de pressão, baixamos um bocadinho as linhas – não por receio, mas por estratégia – para retirar a profundidade de que gostam e procuram, controlamos a largura porque temos as linhas muito juntas. Ou seja, somos menos pressionantes na primeira fase de construção da equipe, mas mais pressionantes a partir de uma zona definida anteriormente”

A forma mais comum que vemos. Blocos baixos, mais difíceis de desmontar, mas que tornam a tarefa de aproximar a equipe da área contrária também mais complicada pela distância a que se está do meio-campo ofensivo no momento da recuperação de bola. Retiram o espaço entre linhas e nas costas, “oferecem” a bola aos centrais e a partir de uma certa zona, a equipe tem estímulos e comportamentos preparados para tentar ganhar a bola e pressionar o portador.

Como é óbvio, nenhuma destas abordagens é infalível, ou mesmo melhor ou pior que as outras. Tudo depende da equipe que a usa, do contexto do jogo em si e do rigor com que são implementadas durante os 90 minutos. Neste momento ainda existem poucas equipes com rotinas a jogar contra um 3-4-3, mas com o passar do tempo iremos ver cada vez mais e melhores soluções para as parar (com e sem bola, diga-se).

O sistema “da moda” veio para ficar?

Créditos: Blog Lateral Esquerdo.


O um,dois 3-4-3