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Uma reflexão rápida em torno do futebol – tudo que o envolve, nos mais diversos níveis sofreu várias transformações nos últimos anos. Não resta quase nada que seja igual na última década, a evolução (boa ou menos boa) tem sido imparável. 

O jogo evoluiu taticamente, as pessoas que o jogam tornaram-se mais complexas, os torcedores (e o mercado) são diferentes, a globalização trouxe-lhes vantagens ao mesmo tempo que provocou muitos desafios, a comunicação mudou radicalmente, os clubes tornaram-se maiores na medida em que têm que se preocupar cada vez mais com mais aspectos. Neste cenário, fica evidente também que o futebol exige mais dos treinadores, dos dirigentes, dos jogadores, dos gestores, das equipes técnicas, dos torcedores. Mais conhecimentos, mais riscos, mais abertura, mais disponibilidade, mais da mentalidade.

Há mais problemas para resolver, mais decisões para tomar, mais aspectos a analisar, mais áreas a considerar e, neste sentido, mais respostas a dar. É um futebol quase novo e por isso exige coisas novas. E vai continuar a exigir. No entanto, apesar de todas as mudanças, evidentes, estarem a ocorrer bem á nossa frente, continua a ser normal (tentar) não mexer muito, evitar as mudanças, não procurar outras respostas, não mudar de opinião, não ir buscar outros conhecimentos, não ver com bons olhos quem traga idéias diferentes e proponha caminhos alternativos.

No fundo, o normal ainda é não acompanhar essa evolução. Os problemas são novos, mas as respostas são velhas. E, assim, quase sempre são erradas. Se o jogo é mais exigente física e taticamente, então são necessários métodos de treino diferentes, treinadores inovadores e novas abordagens que tornem os jogadores capazes de lidar com essa exigência. Se os clubes têm, cada vez mais conotação empresarial, então precisam de pessoas e estratégias que se ajustem a esse novo papel.

Se é possível ver e observar jogadores que jogam do outro lado do mundo, mesmo sem viajar para lá, também a concorrência é maior do que nunca e isso vai exigir mais dos clubes que os querem contratar. Se é preciso mais dinheiro, então há que pensar em novas formas de o encontrar. Mesmo com as mudanças, é difícil ter noção delas e, acima de tudo, do que elas podem significar. Mudar não é fácil e num meio tão conservador como o futebol ainda mais. Continua-se a acreditar (nesta altura, já muito para lá do aceitável) que as mesmas respostas e as mesmas formas de estar, de pensar e de agir de anos atrás são suficientes. O futebol também pode estar na categoria daquilo a que Simon Sinek chama “um jogo infinito”Parece-me claro e a história recente confirma, as opções nunca se fecham: Há sempre espaço para inovar, para evoluir, repensar e mudar para melhor. Há sempre espaço para novas respostas, mas também para novas perguntas que levem a novas respostas.

 

Futebol: novos problemas, velhas soluções.